COMUNICADO DA
FARC-EP: A UM ANO DA MORTE DO PRESIDENTE CHÁVEZ
TODOS OS POVOS DO MUNDO DEVEM ESTAR UNIDOS NA DEFESA DA REVOLUÇÃO
BOLIVARIANA DA VENEZUELA".
Em 5 de março de
2013, os sentimentos e a razão dos povos venezuelano, caribenho,
latino-americanos e do mundo foram estremecidos pela triste notícia
da morte do Comandante e Presidente Hugo Rafael Chávez Frias. Como
revolucionários socialistas e bolivarianos de toda a vida, os
comandos e combatentes das FARC Exército do Povo sofremos, no mais
profundo de nosso ser, a devastadora perda que para a felicidade dos
povos significava a ausência definitiva de um líder com qualidades
tão excepcionais.
O Tenente Coronel
ficou conhecido mundialmente quando com um grupo de seus homens
tentou tomar o céu por assalto naquele 4 de fevereiro; travou a
partir de então uma formidável batalha contra todos os poderes
injustos do planeta, liderou a luta do povo humilde de seu país pela
recuperação da dignidade nacional, reconquistou para todos os
explorados a esperança na revolução socialista, sem titubear se
opôs à vontade arrogante do império, buscou com suas próprias
mãos o caminho da integração continental, esmagou a voracidade da
oligarquia de seu país e semeou o desconcerto nos países vizinhos.
Chávez, o
incorruptível dirigente, amado e seguido pelo povo da Venezuela, o
símbolo da soberania nacional e da independência latino-americana e
caribenha, o farol que iluminava o caminho de libertação para os
desenraizados do mundo, o extraordinário rebelde que desconcertava
reis e déspotas, o gigantesco Libertador do século 21, nos deixou
para sempre, deixando naqueles que aprendemos a admirá-lo, apoiá-lo
e segui-lo, um angustioso sentimento de orfandade e desconsolo. Ter
que continuar na luta sem ele, tal como nos aconteceu há seis anos
atrás, quando também em março faleceu o Comandante Manuel
Marulanda Vélez, chegou por uns momentos a parecer uma tarefa
impossível.
Mas semelhantes titãs
não passam pela Terra sem deixar uma marca indelével, sem semear
suas ideias, seus sonhos e sua determinação com o verdadeiro
arraigo na alma popular. Chávez deixou como legado um povo
consciente, unido pela bandeira justiceira e igualitária de Simón
Bolívar, fiel a sua causa anti-imperialista e socialista, organizado
social e politicamente, disposto a combater quanto fosse necessário
para defender a pátria e seus bens comuns. E legou também para o
futuro um atado de quadros tão convencidos como ele da necessidade
de conduzir acertadamente o movimento revolucionário. Todos eles,
unidos e inspirados pelo exemplo de seu inesquecível mestre,
assumiram a missão de seguir adiante até a obra culminar.
Com a visão sempre
posta no porvir de país potência integrado às pátrias irmãs em
um mundo multipolar, o Presidente Chávez se encarregou também de
materializar a ferramenta para atingir esse fim, a construção de
instituições inspiradas nos mais altos valores democráticos. A
Constituição da República Bolivariana da Venezuela, produto da
mais ampla Assembleia, foi submetida também à aprovação do
conjunto das maiorias cidadãs nas urnas, estabelecendo de maneira
inconversível um marco jurídico legítimo para a ação política
dos venezuelanos e venezuelanas. A luta das massas, pela primeira vez
na história latino-americana, atingiu o caráter de direito público
e se fortaleceu ao infinito, contando com o firme apoio da Força
Armada Bolivariana, um verdadeiro Exército do povo venezuelano.
Graças às previsões
do Comandante, unidos sob a palavra-de-ordem “todos somos filhos de
Chávez”, o governo do Presidente Nicolás Maduro, o bravo povo
bolivariano, suas organizações políticas de avanço e sua força
armada, enfrentam com valor e patriotismo heroicos a arremetida do
imperialismo e da oligarquia reacionária, que pretende retroceder o
país aos tempos de colônia dos Estados Unidos e fonte de
enriquecimento para a burguesia corrupta. Milhares de vezes Hugo
Chávez lhes jurou que “não voltariam jamais a governar a
Venezuela”. Agora seu povo e seus continuadores à frente do
processo e do governo se encontram empenhados em fazer cumprir esse
juramento sacro.
Não é a primeira vez
que o Império recorre às operações encobertas de
desestabilização. É claro que sua mão trapaceira dirige as ações
terroristas dos extremistas da direita fascista, ninguém pode
duvidar que a campanha de desinformação executada pelos monopólios
midiáticos norte-americanos, europeus e latino-americanos obedece um
maligno plano concebido de antemão. A realidade do que ocorre na
Venezuela é distorcida também pela diplomacia e as autoridades dos
países vizinhos prostrados diante da vontade imperial. Uma autêntica
trama, semelhante à empregada contra o governo socialista de
Salvador Allende no Chile, está em curso contra a Venezuela.
Inspira-a busca do capital multinacional de recuperar o controle
sobre a fabulosa riqueza petrolífera do país.
Todos os povos do
mundo devem estar unidos em torno da defesa da revolução
bolivariana da Venezuela. Seu caráter democrático, humanista,
bolivariano, terceiro-mundista, anti-imperialista, socialista,
integralmente fraternal e tolerante, convertem-na em patrimônio
moral e político da humanidade inteira. As FARC-EP, com motivo do
primeiro aniversário da morte do Presidente Chávez, expressam nosso
pleno sentimento de solidariedade com o governo de Nicolás Maduro e
o bravo povo bolivariano. Não vacilamos em nos identificar com sua
nobre causa, a apoiamos e definitivamente faremos o que estiver ao
nosso alcance para favorecê-la. Convidamos toda a esquerda
colombiana e latino-americana, e todos seus povos, a abraçar sem
condições o governo democrático venezuelano.
O
camarada Raúl Reyes, assassinado em Sucumbíos, advertiu sobre uma
conspiração similar à que se forja hoje contra a Venezuela; que a
paz da Colômbia é a paz do continente. Assim o reconheceu o
Presidente Chávez, dedicando de maneira desinteressada seus melhores
esforços à consecução desse propósito. Em memória dele e de sua
obra, dizemos agora que a paz da Venezuela é pressuposto fundamental
para a paz na Colômbia e toda a Nossa América. Mas assim como em
nosso país, a paz da Venezuela não pode ser a pax romana imposta
por obra da violência e do terror dos impérios, nem por uma
sanguinária oligarquia reacionária. A única paz possível e
verdadeira para nossos povos é a surgida da soberania nacional
plena, da justiça social e da vontade majoritária de seus povos
livres.
Havana, Cuba, 05 de
março de 2014
SECRETARIADO DO ESTADO
MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
Montanhas da Colômbia,
05 de março de 2014
Traduzido por Tânia Sánchez para o
Blog Batalha de Ideias
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