Cláudia Campos, especial para o Batalha de Ideias.
Em 23 de janeiro, uma Operação do Departamento
Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da
Polícia Civil, reprimiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de
borracha a população em situação de rua na área conhecida como
“Cracolândia”, região central de São Paulo. Quarenta pessoas
foram detidas e agentes das secretarias municipal de Saúde e de
Assistência Social, que atuavam ali pelo programa Braços Abertos e
não sabiam da ação, ficaram sob fogo cruzado.
Não causa nenhum estranhamento a reação do
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ao oferecer
explicações sobre a repressão desencadeada pela ação da Polícia
Civil.
Em sua declaração à imprensa, Alckmin não indica
vontade e nem compromisso de apurar os excessos cometidos pelos
policiais contra uma população indefesa e vulnerável. Tampouco
chamou o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, para
prestar explicações. Ao contrário, alinhou-se à versão de que os
policiais foram agredidos, o que justificaria sua ação violenta.
Para o governador, o que está em jogo na
“Cracolândia” não são as 300 pessoas que passaram a ser
beneficiadas pelo programa assistencialista da prefeitura - que
“tira” os “dependentes” da rua, os abriga em hotéis próximos
e oferece trabalho na zeladoria da cidade, pelo qual recebem R$ 15
por dia – mas sim a visão da elite paulista reacionária de que
pobre bom é aquele a quem se reprime e maltrata. Em 2012, então em
parceria com Gilberto Kassab (PSD), durante a Operação Sufoco, que
pretendia limpar a área para permitir a privatização da “Nova
Luz”, os “dependentes químicos” da região também foram
violentamente reprimidos.
É a elite paulistana e seus representantes tucanos
mostrando sua faceta fascista e higienista, expressando seu ódio de
classe.
No comments:
Post a Comment