Friday, June 10, 2016
Friday, June 3, 2016
Existem presos políticos na Venezuela?
Especialistas
asseguram que há vários políticos que estão presos por delitos comuns.
Ernesto J. Navarro
Internacionalmente, aceita-se que um preso político
é qualquer pessoa encarcerada, porque suas ideias supõem uma ameaça para o
sistema político estabelecido, independentemente de sua natureza, aponta o
analista político Alí Rojas Olaya.
No caso venezuelano, o governo faz uma diferenciação
ao falar de "políticos presos".
Os partidos de oposição, ainda que não estejam de
acordo sobre as cifras, falam da existência de, ao menos, 70 presos políticos.
Leopoldo López é o mais emblemático dos incluídos nesta cifra, graças a uma
campanha internacional que pede sua liberdade.
A sentença de
López
A 10 de setembro de 2015, López foi sentenciado por
um tribunal venezuelano a 13 anos, 9 meses, 7 dias e 12 horas de prisão;
assinalado como responsável pela comissão dos crimes de incêndio intencional,
instigação pública, danos à propriedade pública e associação para delinquir.
Pouco mais de um ano antes, o governo venezuelano, de
acordo com o próprio presidente Nicolás Maduro, negociou com a família López a
entrega à justiça do líder do ultradireitista partido Voluntad Popular, depois
de lhe serem apresentadas evidências de que setores da mesma oposição
planejavam assassiná-lo em Caracas.
Leopoldo López, recordemos, encabeçou um plano
denominado 'La Salida' que pretendia − e pretende − derrubar o governo do
presidente Maduro.
A justiça venezuelana, por meio de seus
representantes deu explicações em várias ocasiões sobre este tema. Consultada
sobre o caso de Leopoldo López, a Promotora Geral da República, Luisa Ortega
Díaz, disse que ele e outros presos são réus por "delitos comuns"
estabelecidos no Código Penal e não por suas posturas políticas.
O malefício interrompido
O advogado constitucionalista Enrique Tineo é taxativo
quando consultado sobre os presos políticos venezuelanos, "verdadeiramente
não existem".
Lembrou que este país tinha uma longa tradição
histórica de presos políticos mas "esse malefício sfoi interrompido com a
ascensão ao poder de Hugo Chávez Frias. Pela primeira vez, um governo
estabelece um acordo para o adversário político que não procura esmagá-lo ou
fazê-lo desaparecer. O que se passa é que a manipulação mediática pretende
criar essa figura".
Para explicar porque Leopoldo López, diferentemente
do restante dos chamados "presos políticos" da oposição, recebe todos
os apoios, Tineo assegura: "deve-se entender que ele se alça a partir de
um projeto político da classe empresarial, que sempre lançou candidatos à
presidência na Venezuela, ainda que essa estratégia de colocar empresários como
candidatos ao governo nunca tenha dado resultados".
Campanha
internacional
Essas acusações fazem parte de uma campanha
internacional extraordinária contra o país, assegurou Diosdado Cabello,
deputado e primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Agora bem, "imagine se alguém nos Estados
Unidos tivesse feito o que Leopoldo López fez (na Venezuela), seria preso e até
condenado à pena de morte, porém pretendem nos mostrar como os maus (…), nos
acusaram de muitas coisas sem provas (…)".
Referindo-se aos presos, alegados pela oposição, acrescentou,
"todos os que estão presos pelos assassinatos de 43 pessoas e mais de 800
feridos, continuarão presos, incluído Leopoldo López".
Propaganda da
direita espanhola
Como parte dos apoios internacionais recebidos por
Leopoldo López, o ex-candidato à presidência do governo da Espanha e presidente
do partido Ciudadanos, Albert Rivera, chegou à Venezuela, convidado pela
maioria opositora na Assembleia Nacional.
Rivera, considerado "amigo" da oposição
venezuelana, exibiu a bandeira deste país sul-americano no dia do encerramento
de sua campanha eleitoral e foi o encarregado de apoiar uma moção a favor da
libertação dos "presos políticos" na Venezuela.
Como parte de sua agenda em Caracas, anuncia-se que
Rivera, preocupado pela situação de "crise" na Venezuela, visitou Leopoldo
López na prisão de Ramo Verde, localizada a 33 quilômetros a sudoeste de
Caracas.
Pablo Iglesias, líder do partido Podemos, disse:
"dá a impressão que o Ciudadanos vai gastar um pouquinho mais de dinheiro em
seu vídeo de campanha, que vai rodá-lo em Caracas e que não vai falar nem da
Espanha, nem dos espanhóis", segundo o jornal venezuelano El Nacional.
A
visita de Rivera à capital venezuelana não deixa de causar suspeitas. Piky
Figueroa, cantor do grupo Bituaya aponta: "é estranho que este senhor
(Rivera) venha ao nosso país para pedir a liberdade de López, enquanto em seu
país existem inclusive músicos condenados à prisão por cantar e fazer uso de
sua liberdade de expressão" disse, referindo-se ao caso do rapper Pablo
Hásel.Traduzido por V. Cione do site RT
Fonte: https://actualidad.rt.com/actualidad/208327-presos-politicos-venezuela
Monday, May 30, 2016
A Operação Lava Jato versus Estratégia Nacional de Defesa
Criada em 2011, a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) estava desenvolvendo vários projetos e soluções inovadoras para a autonomia tecnológica brasileira e das Forças Armadas. Os projetos, tecnologias e produtos de alta complexidade eram tanto para uso militar como civil. A Odebrecht Defesa e Tecnologia estava atuando nos seguintes mercados de defesa militar, com possibilidade de uso civil:
1 - Embarcações e monitoramento oceânico: por meio do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, em parceria com a francesa DCNS, está produzindo o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil.
Dentro das inovações totalmente nacionais se encontram o Sistema de Propulsão Nacional e o Reator Nuclear desenvolvido pela Marinha. Este Reator deverá possuir capacidade para gerar 50 MW (Mega Watts) e ter vida útil de 5 anos, o que possibilita dar várias voltas ao mundo sem reabastecimento.
2 - Armamentos inteligentes: armamentos totalmente nacionais, sob o desenvolvimento da Mectron, que possuem sistema de busca integrado e alta capacidade de detecção e rastreio de alvos. Destacam-se o MAA-1, MAA-1B, MAN-SUP, MAR-1 e o TP-1 (este, em parceria com a alemã Atlas).
O MAA-1, Míssil Ar-Ar de Curto Alcance, 3ª geração, é utilizado em combates aéreos do tipo “fire and forget” (que não precisa ser guiado pelo lançador, daí o “dispara e esqueça”), que utiliza detecção passiva infravermelha dos alvos. Produto com vários lotes já entregues à Força Aérea Brasileira, é o único míssil ar-ar totalmente integrado ao Supertucano ALX.
O MAA-1B, Míssil Ar-Ar de Curto Alcance e 4ª geração, é uma evolução do MAA-1, possuindo capacidade de contra-contramedidas eletrônicas, maior ângulo de visada e maior manobrabilidade. Seu projeto foi iniciado ainda na década de 1980 e, sob o controle da Mectron, finalmente foi totalmente desenvolvido. Foi projetado especialmente para países em desenvolvimento, pois pode ser utilizado em qualquer caça mais antigo e de baixo custo4.
O MAN-SUP, Míssil Superfície-Superfície, é utilizado em combates navais em mar aberto. Utiliza guiagem ativa a radar, trajetória “sea skimming” e possui características e performance semelhantes ao EXOCET MM-40. Seu desenvolvimento iniciou em dezembro de 2011. Está programado para o segundo semestre de 2016 o seu lançamento de qualificação.
O MAR-1, Míssil Ar-Superfície, antirradiação, é utilizado em missões de supressão da defesa antiaérea inimiga, tendo como alvos radares de superfície, e concebido para o moderno cenário de guerra eletrônica. Vinte unidades foram disparadas no Brasil e oito no Paquistão.
O TP-1, Torpedo Pesado, é parte dos objetivos estratégicos da Marinha do Brasil para assegurar a proteção da Amazônia Azul, por meio do programa do Torpedo Pesado Nacional em escala reduzida (TPNer). Este projeto está sendo desenvolvido em parceria com a alemã Atlas Elektronik.
3 - Sistemas de comunicação: sistemas como LINK BR-2 e RDS garantem a segurança da informação em comunicações estratégicas nacionais que requerem sigilo e confiabilidade. De nada adianta possuir mísseis de longo alcance e teleguiados sem um sistema confiável e totalmente nacional de comunicação entre o centro de comando e os caças.
O LINK BR-2 consiste no desenvolvimento e implantação de um Sistema de Comunicação Segura por Enlace de Dados (Data Link) para uso militar em teatros operacionais, com criptografia de dados, voz e imagens. É implementado através da instalação de EDL (Estações de Data Link) em diversos tipos de plataformas aéreas, marítimas e terrestres, incluindo aeronaves de combate, aeronaves de alerta antecipado e controle (AEW&C), planejamento, gerenciamento, entre outras. Desenvolvido pela Mectron, o Link BR-2 será o sistema padrão para orientação de caças para a FAB6.
O RDS (Rádio Definido por Software de Defesa) é coordenado pelo CTEx (Centro Tecnológico do Exército Brasileiro) que integra o Projeto Estratégico de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro, visando a interoperabilidade da comunicação entre as Forças Armadas brasileiras.
4 - Radares: o produto projetado para a aeronave AMX, da Força Aérea Brasileira, é utilizado como o principal sensor de seu subsistema de armamento, detectando e rastreando alvos marítimos, terrestres e aéreos. É resultante de um programa binacional viabilizado através da parceria entre a Mectron e a empresa italiana Selex.
A ODT atua com os projetos acima junto à Estratégia Nacional de Defesa (END) do Estado Brasileiro para modernização e reestruturação da indústria de defesa nacional por meio de 3 empresas: Mectron, ICN e CBS. Com a prisão “preventiva” de Marcelo Odebrecht pelo “juiz” federal Sergio Moro como parte da Operação Lava Jato, todos estes projetos da Odebrecht começaram a ser atrasados, paralisados ou mesmo cancelados.
Mectron – Sediada em São José dos Campos, a empresa foi adquirida pela ODT em 2010. É especializada no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e sistemas complexos para uso militar e civil. Até o início deste ano, ela era 100% da Odebrecht Defesa e Tecnologia.
A ODT colocou à venda 40% da Mectron para que possa dar continuidade aos projetos dos armamentos inteligentes de tecnologia nacional. Está vendendo 40% para atender a legislação de empresa de estratégia de defesa, que a obrigada a manter 60% de capital nacional.
ICN (Itaguaí Construções Navais) – Responsável pela construção de quatro submarinos de propulsão convencional e um submarino de propulsão nuclear do Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) para a Marinha. Este programa foi firmando entre Brasil e França no final de 2008. A ICN é composta pela Odebrecht, com 59%, DCNS (Direction des Constructions Navales et Services), com 41%.
O primeiro submarino convencional deveria ser entregue em janeiro de 2016. Devido aos atrasos de pagamento por parte do governo em consequência da intervenção da Operação Lava Jato, só deverá ficar pronto em 2018, sem mês definido. Um atraso de pelo menos 2 anos. A previsão inicial de entrega do submarino nuclear era para 2025, mas também sofrerá forte atraso. O Comando da Marinha informou que o ritmo das obras do estaleiro e da base naval de Itaguaí foi reduzido, no ano de 2015, em 40%.
CBS (Consórcio Baia de Sepetiba) – Responsável pelo apoio à Marinha do Brasil no planejamento, coordenação, gestão e administração das interfaces do PROSUB. É composta pela Odebrecht (50%) e DCNS Group (50%). Sofre os mesmos problemas que afetam a ICN.
RF
1 Conforme informações no site: http://odebrecht.com/pt-br/negocios/nossos-negocios/defesa-e-ecnologia
2 Revista digital Defesa Aérea & Naval, de 07/12/2012, in http://www.defesaaereanaval.com.br/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10
3 Conforme informações no site: http://www.odebrechtdefesa.com
4 Apresentação da Mectron na Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), em Santiago do Chile, pela Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABINDE).
5 Apresentação da Mectron na Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), em Santiago do Chile, pela Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABINDE).
6 Revista digital Defesa Aérea & Naval, de 17/11/2014, in http://www.defesaaereanaval.com.br/braco-da-odebrecht-cria-sistema-de-orientacao-de-cacas-para-a-fab
7 Conforme informações no site: http://www.odebrechtdefesa.com
Agência INVERTA
1 - Embarcações e monitoramento oceânico: por meio do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, em parceria com a francesa DCNS, está produzindo o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil.
Dentro das inovações totalmente nacionais se encontram o Sistema de Propulsão Nacional e o Reator Nuclear desenvolvido pela Marinha. Este Reator deverá possuir capacidade para gerar 50 MW (Mega Watts) e ter vida útil de 5 anos, o que possibilita dar várias voltas ao mundo sem reabastecimento.
2 - Armamentos inteligentes: armamentos totalmente nacionais, sob o desenvolvimento da Mectron, que possuem sistema de busca integrado e alta capacidade de detecção e rastreio de alvos. Destacam-se o MAA-1, MAA-1B, MAN-SUP, MAR-1 e o TP-1 (este, em parceria com a alemã Atlas).
O MAA-1, Míssil Ar-Ar de Curto Alcance, 3ª geração, é utilizado em combates aéreos do tipo “fire and forget” (que não precisa ser guiado pelo lançador, daí o “dispara e esqueça”), que utiliza detecção passiva infravermelha dos alvos. Produto com vários lotes já entregues à Força Aérea Brasileira, é o único míssil ar-ar totalmente integrado ao Supertucano ALX.
O MAA-1B, Míssil Ar-Ar de Curto Alcance e 4ª geração, é uma evolução do MAA-1, possuindo capacidade de contra-contramedidas eletrônicas, maior ângulo de visada e maior manobrabilidade. Seu projeto foi iniciado ainda na década de 1980 e, sob o controle da Mectron, finalmente foi totalmente desenvolvido. Foi projetado especialmente para países em desenvolvimento, pois pode ser utilizado em qualquer caça mais antigo e de baixo custo4.
O MAN-SUP, Míssil Superfície-Superfície, é utilizado em combates navais em mar aberto. Utiliza guiagem ativa a radar, trajetória “sea skimming” e possui características e performance semelhantes ao EXOCET MM-40. Seu desenvolvimento iniciou em dezembro de 2011. Está programado para o segundo semestre de 2016 o seu lançamento de qualificação.
O MAR-1, Míssil Ar-Superfície, antirradiação, é utilizado em missões de supressão da defesa antiaérea inimiga, tendo como alvos radares de superfície, e concebido para o moderno cenário de guerra eletrônica. Vinte unidades foram disparadas no Brasil e oito no Paquistão.
O TP-1, Torpedo Pesado, é parte dos objetivos estratégicos da Marinha do Brasil para assegurar a proteção da Amazônia Azul, por meio do programa do Torpedo Pesado Nacional em escala reduzida (TPNer). Este projeto está sendo desenvolvido em parceria com a alemã Atlas Elektronik.
3 - Sistemas de comunicação: sistemas como LINK BR-2 e RDS garantem a segurança da informação em comunicações estratégicas nacionais que requerem sigilo e confiabilidade. De nada adianta possuir mísseis de longo alcance e teleguiados sem um sistema confiável e totalmente nacional de comunicação entre o centro de comando e os caças.
O LINK BR-2 consiste no desenvolvimento e implantação de um Sistema de Comunicação Segura por Enlace de Dados (Data Link) para uso militar em teatros operacionais, com criptografia de dados, voz e imagens. É implementado através da instalação de EDL (Estações de Data Link) em diversos tipos de plataformas aéreas, marítimas e terrestres, incluindo aeronaves de combate, aeronaves de alerta antecipado e controle (AEW&C), planejamento, gerenciamento, entre outras. Desenvolvido pela Mectron, o Link BR-2 será o sistema padrão para orientação de caças para a FAB6.
O RDS (Rádio Definido por Software de Defesa) é coordenado pelo CTEx (Centro Tecnológico do Exército Brasileiro) que integra o Projeto Estratégico de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro, visando a interoperabilidade da comunicação entre as Forças Armadas brasileiras.
4 - Radares: o produto projetado para a aeronave AMX, da Força Aérea Brasileira, é utilizado como o principal sensor de seu subsistema de armamento, detectando e rastreando alvos marítimos, terrestres e aéreos. É resultante de um programa binacional viabilizado através da parceria entre a Mectron e a empresa italiana Selex.
A ODT atua com os projetos acima junto à Estratégia Nacional de Defesa (END) do Estado Brasileiro para modernização e reestruturação da indústria de defesa nacional por meio de 3 empresas: Mectron, ICN e CBS. Com a prisão “preventiva” de Marcelo Odebrecht pelo “juiz” federal Sergio Moro como parte da Operação Lava Jato, todos estes projetos da Odebrecht começaram a ser atrasados, paralisados ou mesmo cancelados.
Mectron – Sediada em São José dos Campos, a empresa foi adquirida pela ODT em 2010. É especializada no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e sistemas complexos para uso militar e civil. Até o início deste ano, ela era 100% da Odebrecht Defesa e Tecnologia.
A ODT colocou à venda 40% da Mectron para que possa dar continuidade aos projetos dos armamentos inteligentes de tecnologia nacional. Está vendendo 40% para atender a legislação de empresa de estratégia de defesa, que a obrigada a manter 60% de capital nacional.
ICN (Itaguaí Construções Navais) – Responsável pela construção de quatro submarinos de propulsão convencional e um submarino de propulsão nuclear do Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) para a Marinha. Este programa foi firmando entre Brasil e França no final de 2008. A ICN é composta pela Odebrecht, com 59%, DCNS (Direction des Constructions Navales et Services), com 41%.
O primeiro submarino convencional deveria ser entregue em janeiro de 2016. Devido aos atrasos de pagamento por parte do governo em consequência da intervenção da Operação Lava Jato, só deverá ficar pronto em 2018, sem mês definido. Um atraso de pelo menos 2 anos. A previsão inicial de entrega do submarino nuclear era para 2025, mas também sofrerá forte atraso. O Comando da Marinha informou que o ritmo das obras do estaleiro e da base naval de Itaguaí foi reduzido, no ano de 2015, em 40%.
CBS (Consórcio Baia de Sepetiba) – Responsável pelo apoio à Marinha do Brasil no planejamento, coordenação, gestão e administração das interfaces do PROSUB. É composta pela Odebrecht (50%) e DCNS Group (50%). Sofre os mesmos problemas que afetam a ICN.
RF
1 Conforme informações no site: http://odebrecht.com/pt-br/negocios/nossos-negocios/defesa-e-ecnologia
2 Revista digital Defesa Aérea & Naval, de 07/12/2012, in http://www.defesaaereanaval.com.br/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10
3 Conforme informações no site: http://www.odebrechtdefesa.com
4 Apresentação da Mectron na Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), em Santiago do Chile, pela Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABINDE).
5 Apresentação da Mectron na Feria Internacional del Aire y del Espacio (FIDAE), em Santiago do Chile, pela Associação Brasileira de Indústrias de Material de Defesa (ABINDE).
6 Revista digital Defesa Aérea & Naval, de 17/11/2014, in http://www.defesaaereanaval.com.br/braco-da-odebrecht-cria-sistema-de-orientacao-de-cacas-para-a-fab
7 Conforme informações no site: http://www.odebrechtdefesa.com
Agência INVERTA
Thursday, May 19, 2016
Operação Lava Jato e o desmonte de nossa indústria autônoma
Toda vez que o Brasil começa a dar seus primeiros passos para se tornar uma potência tecnológica, lá vem as oligarquias conservadoras e pró-imperialistas (isto é, empresários, latifundiários e intelectuais travestidos de lobos, mas que não passam de cordeirinhos dos EUA, assim como foram as oligarquias escravocratas cordeirinhas da colonização portuguesa e, depois, da colonização inglesa) assassinar cruelmente o nosso futuro. O assassinato precoce de nosso desenvolvimento tecnológico e da nossa soberania nacional sempre foi o pano de fundo dos golpes contra o povo brasileiro, seja de fachada institucional (o Golpe Parlamentar de 1961, contra a posse de João Goulart, democraticamente eleito) ou seja sanguinário (o Golpe Militar-Civil de 1964, contra as Reformas de Base). Agora estamos vendo nosso futuro ser massacrado novamente pelas mãos conspiratórias de “nossa” oligarquia. A pregação golpista continua a mesma de sempre: converter as lideranças políticas do progresso em corruptos e os agentes do avanço tecnológico nacional em corruptores.
As ambiciosas obras de infraestrutura (obras que não são de interesse imediato dos monopólios internacionais) em torno do PAC 1 (R$ 619 bilhões1) e PAC 2 (R$ 1,066 trilhão2), entre o primeiro e segundo mandatos do presidente Lula e o primeiro da presidenta Dilma, convocaram as principais construtoras do país para reconstruir o Brasil. Foram 1,7 trilhão de reais, entre de 2007 e 2014, em obras de infraestrutura básica em energia (Luz para Todos, grandes usinas Hidrelétricas, Gasodutos), transporte (hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, pontes), saneamento básico (Estações de Tratamento de Águas, Coleta e Reciclagem), habitação (Minha Casa Minha Vida).
Ao mesmo tempo, os presidentes Lula e Dilma também financiaram um processo de expansão regional por meio de acordos na UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) e na CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Foram investimentos na ordem de 200 bilhões de dólares3 (R$ 700 bilhões) em obras de infraestrutura de energia e transportes. As grandes construtoras nacionais foram chamadas para iniciar também a reconstrução do continente. Com estas gigantescas obras no continente, as construtoras nacionais se tornam multinacionais, avançando em nações onde o imperialismo estadunidense boicotava, e ainda boicota, abertamente seus governos democráticos e populares. Logo, as construtoras nacionais não encontravam concorrentes estadunidenses, podendo avançar e se desenvolver sem maiores restrições.
O sonho de se globalizar de dentro para fora (e não apenas globalizar seu mercado interno ou suas commodities) enfim foi alcançado pelas construtoras, particularmente pela Odebrecht e, seguida de longe, pela Andrade Gutierrez (também conhecida como a “empreiteira de Aécio Neves”). As gigantes empreiteiras nacionais Camargo Correa (conhecida como a “empreiteira da ditadura militar”) e OAS (que nasceu a partir de subcontratos com a Odebrecht nos anos 70), que ganharam gigantescas obras na época da ditadura militar, somente se tornaram multinacionais propriamente ditas a partir do segundo governo Lula. A base da transnacionalização destas construtoras nacionais foi a aliança com o governo petista, particularmente àquela que se tornou a nossa maior multinacional, a Odebrecht.
Com esta aliança, estas empresas brasileiras consolidaram sua hegemonia na construção civil precisamente aonde não havia concorrência com as multinacionais imperialistas: América Latina, África e Oriente Médio. A transnacionalização das construtoras nacionais em aliança com o governo petista foi o que pavimentou o país ao posto de sétima (ou sexta, por um ano) economia mundial e deu musculatura para exigirmos a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incorporando o Brasil neste seleto grupo controlado por cinco gigantescas potências militares.
Mas foi sob o comando da presidenta Dilma que a transnacionalização deu um grande salto à frente. A integração do Cone Sul e a reforma no Conselho de Segurança da ONU já representavam uma significativa liderança regional, mas foi a criação do BRICS que colocou o mundo unipolar dos EUA em xeque. O BRICS foi idealizado para formar um “Novo Banco de Desenvolvimento”, em oposição aos famigerados FMI (Fundo Monetário internacional) e Banco Mundial, e instituir uma nova moeda para as transações internacionais, em oposição ao dólar. O imperialismo estadunidense então partiu para o contra-ataque, intensificando sua ofensiva terrorista para destruir todos os países em torno do BRICS. No caso do Brasil, partiram abertamente para a ofensiva golpista, boicotando o governo petista em geral e golpeando a presidenta Dilma, em particular, com sua reeleição em 2014.
Em meio à crise energética dos EUA, foi comprovada a existência dos gigantescos poços de petróleo na Bacia de Santos, no Pré-Sal (2007). Logo após esta descoberta, o governo dos EUA anunciou, em abril de 2008, o retorno das operações da famigerada Quarta Frota. Composta por 22 navios, sendo quatro cruzadores com mísseis, quatro destróieres com mísseis, 13 fragatas com mísseis e um navio hospital, é claro que não se tratava de um cruzeiro de férias para os marines no Oceano Atlântico. Também estava claro que, além de a “Petrobrás se tornar a vanguarda em águas profundas”, como afirmou o presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, era urgente o reforço de nossa defesa armada. Foi assim que, no final deste mesmo ano (2008), o presidente Lula implanta o programa da Estratégia Nacional de Defesa (END)4 para reestruturação e modernização da indústria de defesa nacional e reorganização das Forças Armadas.
Para protegermos a nossa principal riqueza, o Pré-Sal, já não bastava apenas possuir uma Base de Alcântara para lançar satélites dos outros, precisamos também produzir satélites 100% controlados por instituições brasileiras para garantir segurança total nas transmissões de informações e dados estratégicos ao país; já não bastava apenas construir navios plataformas, precisamos também produzir submarinos de propulsão convencional e nuclear, ultra silenciosos e sem restrição de patrulha e defesa; já não bastava apenas construir jatinhos executivos, precisamos também produzir caças de ataques supersônicos, com poder de fogo e de intervenção imediata; já não bastava somente construir veículos anfíbios de combate, precisamos também produzir misseis de médio e longo alcance teleguiados. Que empresa nacional, entre todas as outras nacionais ou multinacionais, saiu na frente?
Como parte do programa da Estratégia Nacional de Defesa, a Odebrecht criou um setor de Defesa e Tecnologia. Em 2011, fundou a Odebrecht Defesa e Tecnologia para desenvolver projetos e produtos de alta complexidade de uso militar e civil, com tecnologia genuinamente brasileira. Entre seus inovadores desafios “estava” a construção do nosso primeiro submarino com propulsão nuclear, em parceria com a francesa DCNS, além da construção de quatro submarinos convencionais. Isso por si só já seria um gigantesco passo para o país, mas a Odebrecht também “estava” iniciando a produção de armamentos inteligentes, como mísseis antirradiação de alto e curto alcance com guiagem em terra, ar e mar aberto e sistemas de alta capacidade de detecção e rastreio de alvos. Somente 3 países controlam a técnica de produção de mísseis antirradiação (“invisível” ao radar), o Brasil seria o quarto... Com a prisão “preventiva” de Marcelo Odebrecht pelo “juiz” federal Sergio Moro, como parte da Operação Lava Jato, todos estes projetos da Odebrecht começaram a ser paralisados ou mesmo cancelados!
Para a “nossa” oligarquia, a aliança forjada na última década, vitoriosa nas urnas em 2014, estava colocando o Brasil no seleto grupo das grandes potências tecnológicas e desafiando o FMI, o Banco Mundial e o dólar. Logo, para eles, o governo Dilma deveria ser ferido mortalmente! O disparo golpista contra a aliança deveria ser imediato e prolongado para se matar os 2 alvos: o governo petista e a transnacional Odebrecht. A Operação Lava Jato iniciou suficientemente municiada com as espionagens da SNA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), conforme revelação do ex-técnico Edward Snowden da CIA (Agência Central de Espionagem dos EUA). O roteiro desenvolvido pelo juiz federal Sergio Moro, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) não deixa dúvidas sobre seu objetivo: deslegitimar o governo petista (Dilma e Lula) e criminalizar o projeto de autonomia tecnológica brasileira (Odebrecht). Os vazamentos seletivos e “análises” metralhados pela grande mídia foram desfocando os agentes por trás da aliança golpista (oligarquias conservadoras e o imperialismo estadunidense) pelo desmonte da indústria genuinamente nacional e autônoma.
Em discurso proferido logo após a sua absurda e midiática condução coercitiva para um posto da Policia Federal no aeroporto de Congonhas (cujo propósito original deste local era levá-lo como preso ao juiz Sergio Moro, em Curitiba), o ex-presidente Lula falou que se deveria investigar as perdas econômicas provocadas pela Operação Lava Jato. Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, em recente entrevista, disse que “é possível estimar que no ano de 2015, quando o IBGE afirma que houve uma redução de 3,8% no PIB, 2,5% da queda tenha sido expressão das decisões da Lava Jato”. Além disso, também afirmou que das “2,6 milhões de pessoas desempregadas no ano passado..., as decisões da força-tarefa desta operação foram responsáveis por 1,5 milhão de demissões”!
A questão que tem que ser colocada não é simplesmente as duras perdas para a economia brasileira, mas sim quantos anos retrocederemos com a vitória do golpe reacionário e institucional (jurídico, parlamentar e midiático) sustentado pela Operação Lava Jato? Quantos anos retrocederemos com a privatização do Pré-Sal? Quantos anos serão necessários novamente para o povo brasileiro retomar seus grandes projetos de construção de satélites 100% nacionais, do submarino de propulsão nuclear, de caças de ataques supersônicos e dos misseis de longo alcance teleguiados? Se a “força-tarefa” da Operação Lava Jato em aliança com as oligarquias financeiras internacionais conseguirem concretizar seu golpe fascista, quantas vidas serão sacrificadas para novamente criarmos as condições para a retomada destes projetos fundamentais para a nossa soberania?
As ambiciosas obras de infraestrutura (obras que não são de interesse imediato dos monopólios internacionais) em torno do PAC 1 (R$ 619 bilhões1) e PAC 2 (R$ 1,066 trilhão2), entre o primeiro e segundo mandatos do presidente Lula e o primeiro da presidenta Dilma, convocaram as principais construtoras do país para reconstruir o Brasil. Foram 1,7 trilhão de reais, entre de 2007 e 2014, em obras de infraestrutura básica em energia (Luz para Todos, grandes usinas Hidrelétricas, Gasodutos), transporte (hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, pontes), saneamento básico (Estações de Tratamento de Águas, Coleta e Reciclagem), habitação (Minha Casa Minha Vida).
Ao mesmo tempo, os presidentes Lula e Dilma também financiaram um processo de expansão regional por meio de acordos na UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) e na CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Foram investimentos na ordem de 200 bilhões de dólares3 (R$ 700 bilhões) em obras de infraestrutura de energia e transportes. As grandes construtoras nacionais foram chamadas para iniciar também a reconstrução do continente. Com estas gigantescas obras no continente, as construtoras nacionais se tornam multinacionais, avançando em nações onde o imperialismo estadunidense boicotava, e ainda boicota, abertamente seus governos democráticos e populares. Logo, as construtoras nacionais não encontravam concorrentes estadunidenses, podendo avançar e se desenvolver sem maiores restrições.
O sonho de se globalizar de dentro para fora (e não apenas globalizar seu mercado interno ou suas commodities) enfim foi alcançado pelas construtoras, particularmente pela Odebrecht e, seguida de longe, pela Andrade Gutierrez (também conhecida como a “empreiteira de Aécio Neves”). As gigantes empreiteiras nacionais Camargo Correa (conhecida como a “empreiteira da ditadura militar”) e OAS (que nasceu a partir de subcontratos com a Odebrecht nos anos 70), que ganharam gigantescas obras na época da ditadura militar, somente se tornaram multinacionais propriamente ditas a partir do segundo governo Lula. A base da transnacionalização destas construtoras nacionais foi a aliança com o governo petista, particularmente àquela que se tornou a nossa maior multinacional, a Odebrecht.
Com esta aliança, estas empresas brasileiras consolidaram sua hegemonia na construção civil precisamente aonde não havia concorrência com as multinacionais imperialistas: América Latina, África e Oriente Médio. A transnacionalização das construtoras nacionais em aliança com o governo petista foi o que pavimentou o país ao posto de sétima (ou sexta, por um ano) economia mundial e deu musculatura para exigirmos a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incorporando o Brasil neste seleto grupo controlado por cinco gigantescas potências militares.
Mas foi sob o comando da presidenta Dilma que a transnacionalização deu um grande salto à frente. A integração do Cone Sul e a reforma no Conselho de Segurança da ONU já representavam uma significativa liderança regional, mas foi a criação do BRICS que colocou o mundo unipolar dos EUA em xeque. O BRICS foi idealizado para formar um “Novo Banco de Desenvolvimento”, em oposição aos famigerados FMI (Fundo Monetário internacional) e Banco Mundial, e instituir uma nova moeda para as transações internacionais, em oposição ao dólar. O imperialismo estadunidense então partiu para o contra-ataque, intensificando sua ofensiva terrorista para destruir todos os países em torno do BRICS. No caso do Brasil, partiram abertamente para a ofensiva golpista, boicotando o governo petista em geral e golpeando a presidenta Dilma, em particular, com sua reeleição em 2014.
Em meio à crise energética dos EUA, foi comprovada a existência dos gigantescos poços de petróleo na Bacia de Santos, no Pré-Sal (2007). Logo após esta descoberta, o governo dos EUA anunciou, em abril de 2008, o retorno das operações da famigerada Quarta Frota. Composta por 22 navios, sendo quatro cruzadores com mísseis, quatro destróieres com mísseis, 13 fragatas com mísseis e um navio hospital, é claro que não se tratava de um cruzeiro de férias para os marines no Oceano Atlântico. Também estava claro que, além de a “Petrobrás se tornar a vanguarda em águas profundas”, como afirmou o presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, era urgente o reforço de nossa defesa armada. Foi assim que, no final deste mesmo ano (2008), o presidente Lula implanta o programa da Estratégia Nacional de Defesa (END)4 para reestruturação e modernização da indústria de defesa nacional e reorganização das Forças Armadas.
Para protegermos a nossa principal riqueza, o Pré-Sal, já não bastava apenas possuir uma Base de Alcântara para lançar satélites dos outros, precisamos também produzir satélites 100% controlados por instituições brasileiras para garantir segurança total nas transmissões de informações e dados estratégicos ao país; já não bastava apenas construir navios plataformas, precisamos também produzir submarinos de propulsão convencional e nuclear, ultra silenciosos e sem restrição de patrulha e defesa; já não bastava apenas construir jatinhos executivos, precisamos também produzir caças de ataques supersônicos, com poder de fogo e de intervenção imediata; já não bastava somente construir veículos anfíbios de combate, precisamos também produzir misseis de médio e longo alcance teleguiados. Que empresa nacional, entre todas as outras nacionais ou multinacionais, saiu na frente?
Como parte do programa da Estratégia Nacional de Defesa, a Odebrecht criou um setor de Defesa e Tecnologia. Em 2011, fundou a Odebrecht Defesa e Tecnologia para desenvolver projetos e produtos de alta complexidade de uso militar e civil, com tecnologia genuinamente brasileira. Entre seus inovadores desafios “estava” a construção do nosso primeiro submarino com propulsão nuclear, em parceria com a francesa DCNS, além da construção de quatro submarinos convencionais. Isso por si só já seria um gigantesco passo para o país, mas a Odebrecht também “estava” iniciando a produção de armamentos inteligentes, como mísseis antirradiação de alto e curto alcance com guiagem em terra, ar e mar aberto e sistemas de alta capacidade de detecção e rastreio de alvos. Somente 3 países controlam a técnica de produção de mísseis antirradiação (“invisível” ao radar), o Brasil seria o quarto... Com a prisão “preventiva” de Marcelo Odebrecht pelo “juiz” federal Sergio Moro, como parte da Operação Lava Jato, todos estes projetos da Odebrecht começaram a ser paralisados ou mesmo cancelados!
Para a “nossa” oligarquia, a aliança forjada na última década, vitoriosa nas urnas em 2014, estava colocando o Brasil no seleto grupo das grandes potências tecnológicas e desafiando o FMI, o Banco Mundial e o dólar. Logo, para eles, o governo Dilma deveria ser ferido mortalmente! O disparo golpista contra a aliança deveria ser imediato e prolongado para se matar os 2 alvos: o governo petista e a transnacional Odebrecht. A Operação Lava Jato iniciou suficientemente municiada com as espionagens da SNA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), conforme revelação do ex-técnico Edward Snowden da CIA (Agência Central de Espionagem dos EUA). O roteiro desenvolvido pelo juiz federal Sergio Moro, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) não deixa dúvidas sobre seu objetivo: deslegitimar o governo petista (Dilma e Lula) e criminalizar o projeto de autonomia tecnológica brasileira (Odebrecht). Os vazamentos seletivos e “análises” metralhados pela grande mídia foram desfocando os agentes por trás da aliança golpista (oligarquias conservadoras e o imperialismo estadunidense) pelo desmonte da indústria genuinamente nacional e autônoma.
Em discurso proferido logo após a sua absurda e midiática condução coercitiva para um posto da Policia Federal no aeroporto de Congonhas (cujo propósito original deste local era levá-lo como preso ao juiz Sergio Moro, em Curitiba), o ex-presidente Lula falou que se deveria investigar as perdas econômicas provocadas pela Operação Lava Jato. Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, em recente entrevista, disse que “é possível estimar que no ano de 2015, quando o IBGE afirma que houve uma redução de 3,8% no PIB, 2,5% da queda tenha sido expressão das decisões da Lava Jato”. Além disso, também afirmou que das “2,6 milhões de pessoas desempregadas no ano passado..., as decisões da força-tarefa desta operação foram responsáveis por 1,5 milhão de demissões”!
A questão que tem que ser colocada não é simplesmente as duras perdas para a economia brasileira, mas sim quantos anos retrocederemos com a vitória do golpe reacionário e institucional (jurídico, parlamentar e midiático) sustentado pela Operação Lava Jato? Quantos anos retrocederemos com a privatização do Pré-Sal? Quantos anos serão necessários novamente para o povo brasileiro retomar seus grandes projetos de construção de satélites 100% nacionais, do submarino de propulsão nuclear, de caças de ataques supersônicos e dos misseis de longo alcance teleguiados? Se a “força-tarefa” da Operação Lava Jato em aliança com as oligarquias financeiras internacionais conseguirem concretizar seu golpe fascista, quantas vidas serão sacrificadas para novamente criarmos as condições para a retomada destes projetos fundamentais para a nossa soberania?
RF
1 11º Balanço Completo do PAC – 4 anos (2007 a 2010). Publicado em “http://www.pac.gov.br/sobre-o-pac/publicacoesnacionais”
2 11º Balanço Completo do PAC 2 – 4 Anos (2011 – 2014). Publicado em “http://www.pac.gov.br/sobre-o-pac/publicacoesnacionais”
3 Balanço de Atividades 2011 do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento – COSIPLAN. Publicado em http://iirsa.org/
4 Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008.
Agência INVERTA
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Monday, May 16, 2016
Parceria Transatlântica (TTIP), a "OTAN econômica"
por
Manlio Dinucci
O geógrafo Manlio Dinucci propõe aqui
uma leitura coerente da estratégia de Washington abrangendo o TTIP, o golpe no
regime ucraniano, as guerras da Líbia e da Síria, a onda de migrações da
Turquia e a presença da OTAN nas fronteiras da Rússia. Este artigo é
especialmente importante porque se muitos haviam compreendido pelo menos uma
parte do quebra-cabeças, ninguém, até hoje, pôde explicar a reestruturação da
OTAN na Europa.
Traduzido por V. Cione do site Rede Voltaire
Traduzido por V. Cione do site Rede Voltaire
Cidadãos,
negócios locais, parlamentos, governos, Estados inteiros estão sem autoridade
para tomarem suas próprias decisões econômicas, a qual está nas mãos de
organismos controlados por multinacionais e grupos financeiros que violam os
direitos dos trabalhadores, o equilíbrio do meio ambiente e a segurança
alimentar, destruindo os serviços públicos e os bens comuns: por isso é preciso
recusar o "Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento"
(TTIP), negociado em segredo pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
A
estas razões somam-se outras, sobre as quais não se fala praticamente nada:
aquelas de caráter geopolítico e geoestratégico, que revelam um projeto bem
mais amplo e ameaçador. O embaixador dos EUA ao lado do representante da UE,
Anthony Gardner, insiste: "há razões geoestratégicas essenciais para
firmar o acordo".
O caráter
destas razões é indicado pelo Conselho Nacional de Inteligência dos EUA; o qual
avalia que "como consequência da decadência do Ocidente e da ascensão da
Ásia, até 2030 os Estados em desenvolvimento terão superado os Estados
desenvolvidos" [1]. Por isso, Hillary Clinton define a cooperação EUA/UE
como "um objetivo estratégico maior em nossa aliança transatlântica",
projetando uma "OTAN econômica" integrada à OTAN política e militar.
O
projeto de Washington é claro: elevar a OTAN a um nível superior, criando um
bloco político, econômico e militar entre EUA e UE, sempre sob comando estadunidense,
que — ao lado de Israel, das monarquias do Golfo e outros — se oporia à zona
euro-asiática em ascensão, fundada sobre a cooperação entre Rússia, China, bem
como os Brics, o Irã e todos os países que estejam fora do domínio do Ocidente.
O
primeiro passo por realizar tem sido o desenvolvimento de uma ruptura entre a
União Europeia e a Rússia. Em julho de 2013, ocorreram em Washington as
negociações para o TTIP, as quais não avançaram muito devido aos interesses conflitantes
entre os EUA e as principais potências europeias, com as quais a Rússia estabelece
acordos comerciais vantajosos. Seis meses depois, entre janeiro e fevereiro de 2014,
o golpe de estado na Praça Maïdan organizado pelos EUA e pela OTAN desencadeou
uma reação em cadeia (ataques contra os russos da Ucrânia, autonomia da Crimeia
e sua adesão à Federação Russa, sanções e contrassanções), recriando na Europa
um clima de Guerra Fria.
Ao
mesmo tempo, os países da UE encontram-se submetidos à pressão dos fluxos migratórios
provocados pelas guerras dos EUA e da OTAN (na Líbia e na Síria), nas quais têm
participado, e por ataques terroristas cometidos pelo Estado Islâmico (criado
por estas mesmas guerras).
Numa
Europa dividida por muros "de contenção" dos fluxos migratórios, na
qual se difunde a histeria coletiva causada pelo estado de sítio, os EUA põem
em marcha a maior operação militar desde o final da Guerra Fria, instalando nas
proximidades da Rússia caças-bombardeiros e aviões de guerra com capacidade
nuclear.
A
OTAN sob comando estadunidense, da qual fazem parte 22 dos 28 países integrantes
da UE, intensifica os exercícios militares (mais de 300 em 2015) sobretudo na
frente oriental. Tudo isso favorece o projeto de Washington de criar um bloco
político, econômico e militar EUA-UE. Projeto que conta com a adesão incondicional
da Itália, além dos países do Leste mais alinhados aos EUA do que à União Europeia.
As
grandes potências, principalmente França e Alemanha, estão ainda em processo de
negociação. Entretanto, ao mesmo tempo, elas se integram cada vez mais à OTAN.
O Parlamento francês adotou a 7 de abril um protocolo que autorizava a
instalação em seu território de comandos e de bases da OTAN, instalação esta recusada
pelo país em 1966. A Alemanha —informa a revista Der Spiegel— está disposta a
enviar tropas à Lituânia para reforçar o estabelecimento da OTAN nos países bálticos
na fronteira com a Rússia.
A
Alemanha —sempre segundo a Der Spiegel— se prepara para instalar uma base aérea
na Turquia, onde já operam os caças Tornado alemães oficialmente em funções
anti-Daesh, reforçando a presença da OTAN nesta zona de fundamental importância
estratégica.
A
integração crescente da França e da Alemanha na OTAN, sob comando estadunidense,
indica que no que se refere às diferenças de interesses (em particular sobre as
custosas sanções econômicas contra a Rússia) têm prevalecido as "razões geoestratégicas"
do TTIP.
[1] Global Trends 2030 : Alternative Worlds, National
Intelligence Council, December 2012.
Link para a versão francesa: http://www.voltairenet.org/article191617.html
e para o original em italiano: http://ilmanifesto.info/ttip-la-nato-economica/
Link para a versão francesa: http://www.voltairenet.org/article191617.html
e para o original em italiano: http://ilmanifesto.info/ttip-la-nato-economica/
Friday, May 6, 2016
Guerras energéticas na Europa: Navios petroleiros versus Oleodutos
A volta do Batalha de Ideias!
Agora com um layout muito mais simples e de rápida visualização. Continuamos nosso trabalho de tradução e publicação de textos que contribuam com a análise da conjuntura atual, nacional e internacional.
Na edição desta semana, um artigo de Pyotr Iskenderov, do Strategic Culture, traduzido pelo Vinicus Cione, sobre a questão energética na Europa.
Seguimos na luta!
Guerras energéticas na Europa: Navios petroleiros versus Oleodutos
Pyotr
Iskenderov
A
concorrência no mercado europeu de gás entrou numa nova fase. A
russa Gazprom está aumentando gradualmente os seus fornecimentos
para a Europa. A empresa está à procura de novas formas de fornecer
gás pelas rotas norte-sul. Os EUA, principal rival geopolítico da
Rússia, apressou-se para exportar gás natural liquefeito (GNL)
transportado pelo mar.
Um
petroleiro estadunidense transportando GNL produzido na Louisiana
chegou ao Porto de Sines, em Portugal, a 26 de abril Esta é a
primeira exportação de gás dos EUA para o mercado europeu.
"É
o início da guerra de preços entre o GNL estadunidense e o gás
encanado", afirmou Thierry Bros, analista da Société Générale.
Os
debates sobre os gasodutos russos tornaram-se um elemento de
rivalidade política, escreve o Polish Biznes Alert.
Não
há nenhuma razão para discordar da afirmação polonesa.
Em
todas as guerras, incluindo guerras de preços, a capacidade de um
dos lados beligerantes de utilizar eficazmente os recursos
disponíveis não é o único fator que pode decidir o resultado. É
importante construir alianças. Quais são as chances de vitória da
Rússia e dos EUA nesta guerra virtual?
Moscou
pode aumentar o abastecimento para a Europa no momento. É uma
vantagem óbvia. A gigante russa do gás Gazprom aumentou as
exportações de gás natural para a Europa e para a Turquia entre 01
de janeiro e 16 de Abril em 22,6 % comparado ao mesmo período do ano
anterior, conforme anunciou o CEO da empresa Alexey Miller, no dia 18
de abril.
Segundo
ele, as exportações para a Áustria aumentaram 24,7%, para o Reino
Unido 162,3%, Alemanha 21,3%, Itália 16%, Países Baixos 115%,
Polônia 35,7% e França 50,2%. A posição geográfica da Áustria e
a disponibilidade da infraestrutura desenvolvida, incluindo a Gas Hub
Baumgarten (Central European Gas Hub), destacam este país como um
caso especial. A Áustria desempenha um papel fundamental no sistema
energético europeu.
Em
janeiro de 2016, as exportações da Gazprom para a Áustria
aumentaram 76, 2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os
fornecimentos também cresceram em 2015. As entregas de gás
aumentaram 11,5 por cento em relação a 2014.
"A
Rússia fornece 25% do gás da Europa", afirma Hubertus Bardt,
especialista em energia do Instituto de Pesquisa Econômica de
Colônia. "Nós não conseguiríamos sem a Rússia. Mas eles
precisam do dinheiro europeu. Eles provaram ser um fornecedor muito
confiável, mesmo nos tempos da Guerra Fria. Se não vender o gás,
toda economia e segurança social russa entra em colapso",
explica o especialista.
A
Rússia tem outra vantagem. Ela pode construir tanto rotas de
gasodutos leste-oeste, quanto norte-sul na Europa. Por exemplo,
existem negociações em curso sobre a possibilidade de a Itália
receber fornecimento de gás da "rede Nord 2" via Alemanha,
República Tcheca e Áustria. O projeto está previsto para seguir a
rota estabelecida pelo gasoduto Nord Stream e que atravessa o Mar
Báltico da região de São Petersburgo (Rússia) até a costa
báltica, a nordeste da Alemanha. O gasoduto vai atravessar as águas
territoriais de cinco países, nomeadamente Rússia, Finlândia,
Suécia, Dinamarca e Alemanha. "De qualquer forma, eles agora
recebem gás a partir da Baumgarten, se ampliarmos o alcance da
Baumgarten para o Norte, constituiria uma oportunidade adicional, sem
excluir a direção sul. É apenas uma diversificação das rotas ",
afirmou o ministro da Energia russo Alexander Novak.
O
Nord Stream-2 não exclui a participação da Rússia no projeto
Poseidon, uma via submarina de alta capacidade, que irá ligar os
sistemas gregos e italianos de transporte de gás natural.
A
Gazprom, a italiana Edison e a grega DEPA firmaram, no dia 24 de
fevereiro, um Memorando de Entendimento sobre o fornecimento de gás
natural através do Mar Negro russo por meio de terceiros países
para a Grécia, e depois da Grécia para a Itália, a fim de
estabelecer uma rota sul para enviar gás natural russo para a
Europa.
Há
mais uma vantagem que faz pender a balança pro lado da Rússia - a
minimização dos riscos políticos e econômicos colaterais.
Mario
Mehren, Presidente do Conselho de Diretores Executivos da
Wintershall, disse de forma figurada que o Mar Báltico é o melhor
país de trânsito. Esta afirmação baseia-se na experiência com o
Nord Stream 1. Segundo ele, sua empresa assume a responsabilidade,
pois acredita que o projeto Nord Stream 2 é economicamente viável.
A sua implementação é muito importante para o setor energético.
Em alguns países, há críticas a este respeito. Mas deve se dar
prioridade para conduzir o fornecimento de gás a um preço ideal.
Esta é a meta, enfatizou Mehren em seus comentários sobre o projeto
de transporte do gás natural russo que liga a Rússia com a Alemanha
e outros Estados-membros da União Europeia.
Além
disso, há indícios de que alguns países, como a Polônia, que têm
se mostrado críticos ao Nord Stream, podem mudar em breve de
posição. Varsóvia está revendo em segredo sua posição sobre o
Nord Stream 2. De acordo com a Wintershall, a Polônia já apresentou
a sua própria solicitação para um aumento no fornecimento de gás
no momento em que o Nord Stream 2 se tornar operacional.
Há
outro fator importante a ser pontuado. Os europeus, especialmente
empresários, são alimentados pela política antirrussa de Bruxelas.
As sanções impostas a Moscou fracassaram em sua tentativa de
alterar as políticas externas e internas russas. Segundo as
estatísticas, o volume de negócios do comércio UE-Rússia foi
reduzido em 39% durante os primeiros dez meses de 2015. As
exportações da UE para a Rússia encolheram em 43%. As exportações
da Alemanha decresceram 40%, a França 48%, da Itália 38% e da
Finlândia 45%.
Dadas
as circunstâncias, muitos europeus encaram a política de
afastamento em relação à Rússia no que se refere a acordos
energéticos como uma obstinação insensata de prejudicar a Europa,
beneficiando os Estados Unidos em busca de mercados para vender seu
gás natural liquefeito.
Hoje,
o fornecimento de gás russo para a Europa não enfrenta qualquer
concorrência, mas a situação pode mudar em breve com a exportação
de gás natural liquefeito (GNL) pelos Estados Unidos, Qatar e
Austrália ao Velho Continente.
A
extração de gás de xisto tem crescido significativamente nos
Estados Unidos. Este fato tem sido alardeado pela imprensa. Um
navio-tanque transportando GNL enviado pela Cheniere Energy por seu
terminal de exportação em Sabine Pass, Louisiana, está a caminho
de Portugal. O Wall Street Journal (WSJ) informa que o evento marca o
primeiro carregamento em um relacionamento comercial que poderia
abalar o mercado europeu, atualmente dominado pela Rússia.
O
navio-tanque chegou ao Porto de Sines em Portugal a 26 de abril. O
WSJ cita Trevor Sikorski da agência de consultoria londrina Energy
Aspects. Segundo ele, o impacto do gás dos EUA na Europa "será
gradual, mas começa a mudar tudo". "O novo GNL imporá uma
pressão depreciativa sobre os preços, e a perda em volume e em
valor poderia ser um remédio muito amargo de engolir" para a
Rússia, diz o especialista.
De
fato, é a primeira vez em meio século que os Estados Unidos
começaram a exportar gás, mas os fornecimentos norte-americanos
transportados por mar não vai substituir as exportações russas num
futuro próximo. E estas são as razões:
Primeiramente,
é a primeira vez em décadas que os Estados Unidos transportam gás
para o exterior, mas as empresas privadas vendem com base na melhor
oferta - e não apenas para os países que Washington pode querer por
razões geopolíticas. Estas corporações não têm como objetivo
tomar o mercado europeu da Rússia a fim de privá-la de seus lucros.
Em fevereiro, por exemplo, a Cheniere Energy Inc. enviou o seu navio
com o primeiro carregamento de gás natural liquefeito para o Brasil.
A revista Foreign Policy relata que "para as empresas, no caso
do bombeamento, congelamento e exportação de gás, a questão
fundamental é a economia, e não a política. As empresas
estadunidenses venderão gás para os compradores dispostos a pagar
mais dinheiro - e não necessariamente aonde eles conseguem avançar
a agenda estratégica dos EUA ao máximo".
Em
segundo lugar, as empresas norte-americanas precisam de cadeias de
abastecimento para vender GNL. Elas se utilizam de intermediários em
acordos comerciais. Foreign Policy escreve que "cerca de 90 por
cento da capacidade de exportação do terminal de Sabine Pass já
foram engolidos por empresas privadas na Grã-Bretanha, Espanha,
Índia e Coreia do Sul. Empresas como a britânica BG Group
provavelmente revenderão o gás a clientes em outros países, mas a
maioria dos compradores provavelmente utilizará o gás
norte-americano para alimentar usinas termelétricas e para o
aquecimento doméstico no interior de suas fronteiras".
A
Cheniere assinou contratos de longo prazo com algumas empresas de gás
europeias, incluindo a BG Group, que foi adquirida no início deste
ano pela Royal Dutch Shell PLC, e a espanhola Gas Natural. Todas
essas empresas participarem em projetos russos de fornecimento de gás
por gasodutos. Como combinado no acordo dos acionistas firmado a 04
de setembro de 2015, cogita-se que a Royal Dutch Shell PLC fará
parte do consórcio internacional Nord Stream 2. É difícil imaginar
que eles deixarão os EUA privá-los dos lucros.
Em
terceiro lugar, a indústria de xisto estadunidense é muito
suscetível a riscos geopolíticos e às flutuações dos preços
internacionais do petróleo. A Chesapeake Energy Corp. recentemente
penhorou "fundamentalmente todos" os seus campos de gás,
edifícios de escritórios e contratos de derivativos para manter o
acesso a uma linha de crédito de US$ 4 bilhões, num momento em que
a exploradora de xisto enfrenta a queda dos preços de energia. Pelo
acordo, a empresa transferiu como garantia aos credores - os bancos
MUFG Union Bank NA e Wells Fargo Bank Securities - 90% de suas
reservas comprovadas de petróleo e gás, bem como a maior parte de
seus ativos no setor imobiliário, instrumentos derivativos,
depósitos e títulos. No início de fevereiro, a Chesapeake
contratou um advogado para registro de uma possível falência. A
empresa tinha dinheiro suficiente para fazer somente um reembolso de
empréstimos de US$ 500 milhões.
Em
quarto lugar, a Rússia não está parada de braços cruzados diante
desta situação. A Novatek está envolvida com o projeto Yamal GNL
para explorar o campo de gás de South Tambey. A partir de 2017, a
empresa calcula produzir 16,5 milhões de toneladas de gás natural
liquefeito anualmente. Não haverá problemas com demanda de consumo
no momento em que os contratos já forem assinados. A Novatek planeja
construir uma segunda planta de GNL na península de Gydan, uma
característica geográfica da costa da Sibéria no Mar de Kara. As
monarquias do Golfo Pérsico, especialmente o Kuwait, estão entre os
potenciais compradores. O Kuwait tem planos para comprar até 1,5
milhão de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia
anualmente, como afirmou Nasser Abdullah Saleh, diretor
administrativo adjunto da Kuwait Petroleum Corporation (KPC), no dia
22 de abril.
No
final de 2015, a gigante russa de energia Gazprom e a Kuwait
Petroleum Corporation concordaram em cooperar nas áreas de gás
natural liquefeito (GNL), gases liquefeitos de hidrocarbonetos e
outros projetos petroquímicos, bem como nas áreas científica,
técnica e de investimento.
Em
quinto lugar, a Rússia pode oferecer um negócio mas vantajoso. Nos
preços atuais, o GNL estadunidense entregue à Europa custaria cerca
de US$ 4,3 por milhão de unidades térmicas britânicas (MBTU), de
acordo com a Argus Media, uma agência de cotações e dados de
mercado sobre combustíveis. A Rússia vende o seu gás para a Europa
por US$ 5,80 por MMBTU, em média. No entanto, os especialistas dizem
que a Rússia poderia praticar preços profundamente mais baixos em
uma eventual guerra de preços, abaixo de US$ 3 por MMBTU.
Ao
contrário de seus concorrentes estadunidenses, os produtores de gás
da Rússia não estão tão fortemente vinculados aos preços
internacionais do petróleo. Isso lhes permite reduzir os custos do
gás sem maiores prejuízos. Os preços abaixo de US$ 3 conduziriam a
concorrência norte-americana à falência.
http://www.strategic-culture.org/news/2016/04/26/europe-energy-wars-tankers-against-pipelines-i.html
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