Moscou A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reiterou a intenção do Governo dos Estados Unidos de impedir a participação de Cuba na Cúpula das Américas que se celebrará em abril em Cartagena (Colômbia).
Durante sua audiência na Câmara Baixa do Congresso, a chefa da diplomacia estadunidense mostrou-se contrária à participação de Cuba (excluída da organização desde 1962) porque esta -disse- "não se encaixa na definição dos países democráticos".
No entanto, os líderes das oito nações da Alternativa Bolivariana para os Povos da América (ALBA) fazem questão de que a Colômbia, anfitriã do encontro regional, envie um convite a Cuba. Caso contrário, a ALBA poderia boicotar o evento, advertem.
A ALBA foi fundada em 2004 e está composta, além de Cuba, pela Venezuela, Equador, Bolívia, San Vicente e as Granadinas, Antigua e Barbuda, Dominica e pela Nicarágua.
A ideia de boicotar a cúpula no caso da não-participação cubana surgiu em inícios de fevereiro, quando o mandatário equatoriano, Rafael Correa, propôs aos países da ALBA que não comparecessem à reunião se Havana não participasse.
Efetivamente, a Organização dos Estados Americanos (OEA) já não goza de tanta importância para os estados da ALBA e para os outros países latinoamericanos, porque América Latina e o Caribe já dispõe de outros mecanismos de integração, como por exemplo, a CELAC, que exclui a América do Norte.
A Cúpula das Américas nasceu em 1994 e tradicionalmente nela participam os estados membros da OEA, organismo de que Cuba foi excluída em 1962 sob pressão dos EUA, movidos pela estranha lógica de descatalogar à ilha como estado democrático (o ditador cubano Batista sim, bem como outros ditadores latinoamericanos, deviam parecer 'democratas' obedientes aos olhos de Washington).
“São realmente os Estados Unidos que estão sentindo a pressão dos países latinoamericanos, e não só da ALBA, senão também de outros países que protagonizam uma contínua aproximação com Cuba em anos recentes”, comentou a diretora do Comitê Nacional para a Libertação dos 5, Glória La Riva, entrevistada pela RT sobre as possibilidades de Cuba de assistir à Cúpula das Américas.
Avaliando as possíveis conseqüências da não participação cubana na cúpula, a analista destacou que de qualquer maneira Cuba não perde nada. “Seria um passo muito importante, um progresso para Cuba ser convidada, mas acho que mesmo que não participemos, por não termos sido convidados, quem venceu foi Cuba, com o que representa a ALBA e as relações de independência e soberania que estão praticando a cada vez mais os países da América Latina”, assinalou.
fonte: RT.com
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